Tampopo
A mistura perfeita de sabor e de vida (ou morte) abordada nos filmes que têm a comida como ponto central da trama, fascina muita gente. A lista de produções em que a gastronomia tem papel de destaque, é longa e interminável. Hoje então destacamos um bem peculiar: Tampopo - Os Brutos também comem espaguete.
Tampopo é uma produção japonesa de 1985 dirigida por Juzo Itami. É uma comédia que prenuncia os efeitos da globalização na cultura japonesa, mais especificamente na culinária. Com o intuito de satirizar os filmes de cowboy, o produtor focaliza a trama numa história central, enquanto desenvolve uma série de outras pequenas narrativas paralelas, histórias deliciosas que entrecortam a trama principal e mostram a importância da comida na cultura e sociedade nesse país.
O filme conta a história da dona de um restaurante, Tampopo (Nobuko Miyamoto) que vê seus clientes insatisfeitos com seus pratos. Assim, junto com o entregador de leite, Goro (Tsutomu Yamazaki) e mais alguns amigos, se lança na busca da melhor receita da sopa de macarrão - aquele macarrão japonês, que vem com caldo e acompanhamentos e é parecido com o miojo instantâneo que comemos aqui no Brasil, mas com carnes, algas, legumes - cartão de visitas do seu restaurante.
O casal protagonista se vê envolvido nas mais divertidas situações, rodeada de cozinheiros tradicionais, bisbilhotando nos restaurantes, testando métodos e ingredientes, pesquisando, investigando e descobrindo segredos até conquistar a fórmula perfeita para converter o trabalho e o esforço de Tampopo em sucesso.
Em meio a isso tudo, rolam histórias de amizade, camaradagem, brigas bizarras, sensualidade, sexo, amor e uma miríade de cozinhas e cozinheiros. Destaco cenas interessantes, como a do 'mestre' que passa o segredo de se apreciar um bom espaguete, utilizando outros sentidos, além do paladar, como a visão, o tato e a audição, e dos mendigos-gourmet, que sabem mais de vinho e iguarias do que os melhores experts. A cena mais hilária, entretanto, fica por conta de uma professora japonesa e suas alunas, numa aula de como comer espaguete com elegância.
Ao evidenciar a alimentação no cinema, o autor acaba chamando a atenção do espectador através do sentido da visão, e o induz a 'sentir' o gosto da comida, antes mesmo que ela chegue à boca, ou seja, ensina as técnicas de 'comer com os olhos'.
Procure por este filme no cineclube mais próximo. É diversão garantida.
Resenha original (aqui editada) por Inês Mota, para o Blog ObjetOObscurO.
Olá Marcelo
ResponderExcluirMais um filme "Vatel" Um banquete para o rei de 2000 com Gérard Depardieu
Uma Thurman
Um mimo
Bel